História da Química
Se compararmos os milhões de anos que sabemos
existir vida humana na Terra com a curiosidade de saber do que é constituída a
matéria, chegaremos à conclusão de que esta preocupação é muito recente.
Provavelmente os primeiros a se preocuparem em especular sobre a constituição
da matéria foram os gregos, há pouco mais de 2.400 anos.
O homem pré-histórico, por tentativas e erros,
descobriu como lascar a pedra como construir armas e algo muito importante na
história da matéria - o fogo - através do atrito entre pedaços de madeira.
Na história da química, foram também importantes,
as descobertas de alguns metais, milhares de anos antes de Cristo. O ouro, que
deve ter sido encontrado na forma de pepitas, o cobre, talvez livre ou chamando
a atenção por sua cor quando alguma fogueira foi produzida em local onde havia
o seu minério. De qualquer forma, aproximadamente 3000 a.C. o ser humano
conhecia o chumbo, o cobre, o bronze (obtido da fusão do estanho com o cobre).
O ferro, talvez conhecido através da queda de meteoritos, já era utilizado pelo
hititas, 1500 a.C.
Enfim, as civilizações antigas desenvolveram a
metalurgia e obtiveram o vinho, a cerveja, o vidro e uma série de outros
materiais, sem se preocupar por que tais fenômenos ocorriam. Apesar disso, a
contribuição das civilizações anteriores à Era Cristã não pode ser desprezada,
pois foram conquistas importantes para desenvolvimento da ciência moderna.
A Teoria dos Quatro Elementos
A curiosidade dos filósofos gregos sobre a natureza
levou-os a refletir e debater a respeito da constituição da matéria. Tales, ao
perceber que a água poderia existir na forma líquida, sólida e gasosa, propôs,
quase 600 anos a.C., que todo o universo era formado por água. Posteriormente,
outro grego sugeriu ser o ar a base de tudo que existia sobre a Terra. No
século V a.C. Heráclito supôs ser o fogo a base de tudo que existia.
Unindo estas três idéias e acrescentando a terra,
Empédocles formulou a Teoria dos Quatro Elementos, segundo a qual ar, água,
fogo e terra poderiam unir-se graças ao amor e desunir graças a força do ódio.
Dentre todas as concepções gregas sobre a matéria,
a mais lembrada, já que foi retomada 24 séculos mais tarde, é a de Leucipo,
defendida também pelo filósofo Demócrito. Segundo eles, a matéria seria formada
por diminutas partículas, que não poderiam sofrer qualquer tipo de divisão, os
átomos.
Pouco depois, Aristóteles, filósofo que teve grande
liderança, criticou a filosofia atomista e complementou a Teoria dos Quatro
Elementos. Segundo ele, qualquer um desses elementos poderiam ser transformados
em outro, já que os quatro eram constituídos de algo em comum. Aristóteles
defendeu muitas idéias que provavelmente atrasaram o desenvolvimento da Química
e da Física em especial.
Apesar dos filósofos gregos terem sido os primeiros
a se preocuparem com a composição da matéria, não se pode dizer que eles
fizeram um trabalho científico, uma vez que ele era totalmente desvinculado da
parte experimental.
Os Alquimistas e a Alquimia
No "atraso" representado pelas idéias de
Aristóteles inspirou-se a Alquimia. Já que havia uma matéria comum aos quatro
elementos e que bastava mudá-la, começaram eles buscar a pedra filosofal, capaz
de transformar qualquer metal em ouro, e o elixir da vida, que teria como
propriedade a capacidade de tornar-nos imortais.
Os Alquimistas, desde o início da Era Cristã até o
século XVII, com sua busca incansável para obter a pedra filosofal e o elixir
da vida, um misto de ciência com muito misticismo, foram muito importantes para
a química moderna. Foram eles que legaram à ciência moderna a descoberta de
muitas substâncias, além de instrumentos de laboratório e algumas técnicas das
quais se velaram cientistas do século XVII.
Eles deixaram receitas sobre obtenção de pólvora,
de alguns ácidos, bases e sais, do álcool através dadestilação do vinho. Supõe-se que os
elementos arsênio, antimônio, bismuto, fósforo e zinco também foram obtidos por
eles. Talvez os principais legados dos alquimistas sejam a técnica e a
aparelhagem utilizadas. Eles desenvolveram destilações, cristalizações, aparelhos
para refinar metais e obter ligas (metalurgia), enfim, foram os autores das
práticas de laboratório.
A Química Moderna
Robert Boyle é considerado por muitos o iniciador
da Química Moderna, em meados do século XVII. No período da química moderna,
Boyle conseguiu obter o fósforo branco a partir da urina (o fósforo já tinha
sido obtido por um alquimista que descrevera seu brilho e sua capacidade de
inflamar). Foi a partir de uma série de experimentos que Boyle conseguiu
repetir o feito do alquimista e reconhecer o fósforo como elemento.
Em decorrência da postura e dos procedimentos
utilizados nas ciências, busca-se um aperfeiçoamento constante. A química, como
qualquer ciência moderna, procura explicações através da construção de modelos
para justificar fatos experimentais. Hoje, muitos cientistas consideram
Lavoisier, que viveu no século XVIII, o grande iniciador da química experimental.
Fonte: A maior parte do texto
acima foi transcrita do livro Química Geral e Inorgânica, Volume 1, Autora:
Vera Lúcia Duarte de Novais, Editora: Editora Atual Ltda. Todos os direitos
reservados.
postado por : Isaias